iPhone sem a maçã


       Desde sempre, aprendemos que a marca da maçã significava inovação, algo extraordinário e revolucionário no mundo da tecnologia. A Apple iria marcar o novo standard de qualidade e inovação. Com o anúncio e lançamento do “novo” iPhone 12, o mundo da tecnologia fica um pouco reticente quanto a estas tão famosas e adoradas características que, em anos anteriores, geriam a forma de pensar da marca. Vimos uma repetição do produto do ano anterior que, na sua vez, era exatamente o mesmo produto que há dois anos antes.

       A grande questão no meio disto tudo é: Porque é que o, o mesmo iPhone dos anos anteriores, sem carregador nem fones, continua a vender?

       Isto é uma questão que eu tenho já há algum tempo e até hoje nunca consegui ter uma resposta correta. No entanto, decidir “aderir à moda”. Esta lacuna está a ser escrita diretamente dum MacBook Air, outro produto na mesma direção desta nova maçã. Não é vista nenhuma inovação de grande dimensão num MacBook há anos e, ainda assim, é, de longe, o laptop mais vendido todos os anos.

       O que será que é que faz as pessoas gostarem tanto deste ecossistema? Será que compensa os grandes montantes que damos, quase anualmente, a este monopólio?

       

 

Após alguns dias a utilizar o MacBook Air de 2020, consigo, com toda a certeza, garantir que é uma experiência diferente de tudo aquilo que eu experimentei nos meus 18 anos de Windows. O hardware é muito bem feito e o software acompanha-o plenamente, seguindo a ideologia de Steve Jobs. Mas será merecedor de mais de 1000€? Vamos por partes;

       

O ecrã é, de longe, o melhor ecrã que eu, average consumer, alguma vez teve. Com uma vasta gama de cores, um peculiar ainda que adorado aspect-ratio e um PPI acima da média, este ecrã é superior à grande competição no mesmo budget.

       

Moving on to software, penso que este tópico seja muito simples, é única e exclusivamente uma questão de hábito. 

Tendo em conta que o termo de comparação é a mais recente versão do Windows, não consigo escolher um por ser mais completo. Ainda que tenha alguns problemas e alguns nose twists quanto à escolha dos shortcuts do MacOS, penso que não fique nada atrás da competição no que toca a features. Ainda no mesmo tópico, algo que me surpreendeu bastante pela positiva foi a customização e o quanto a Apple a tem vindo a aceitar ao longo dos anos. 

 

Spec-wise sabemos que não é um computador para heavy-lifting nem para gaming. Um laptop concebido para fazer pequenas tasks como escrever, utilizar para fins académicos ou profissionais e pouco mais que isso. Tendo a versão base apenas 256Gb e um i3, não podemos esperar uma performance de topo da parte do pequeno computador com apenas 13’ polegadas de tamanho.

 

Quanto à bateria, avaliada com 11h de duração, sinto que ainda não a testei o suficiente para ter uma resposta conclusiva e acertada, mas, até à data, ainda não me deixou pendurado uma vez. Após um longo dia de trabalho, vejo-me deitado na cama com bateria suficiente para me atualizar quanto às noticias do mundo sem ter que ter um cabo ligado à corrente. O que nos leva ao próximo tópico;

 

Hardware. Com apenas duas entradas USB-C (obrigado Apple, finalmente ouviram os consumidores) e uma entrada 3.5mm headphone jack, o MacBook torna-se um íman de adaptadores. 

Fico feliz de que a Apple tenha, finalmente, aceite o USB-C, não podia pedir melhor. Um cabo que, sozinho, consegue fazer tudo o que se espera dum computador? Incrível. Desde receber internet, a ser uma passagem de áudio, vídeo e data, ao mais rápido carregamento de dispositivos moveis até à data. Porém, serão duas entradas suficientes? Pessoalmente, adaptei-me facilmente ao touchpad do dispositivo, ou seja, ainda não tive que ir em busca dum adaptador para conseguir conectar um simples rato, mas consigo ver que não seja para toda a gente, levando assim à utilização de uma das portas com um adaptador, que rezemos que não ocupe o espaço das duas. Criando assim, para um certo publico, alguma reticência quanto ao modelo em questão. No entanto, vamo-nos contentando enquanto o carregador for oferta.

 

Software, ainda que falte algumas coisas muitos familiares para quem usa Windows, como um Clipboard ou shortcuts intuitivos, acho que a experiência com MacOS é bastante positiva. No momento da escrita ainda estou a utilizar o MacOS Catalina, mas caso eu atualize para a versão beta MacOS BigSur, atualizar-vos-ei.

 

Juntando tudo o acima referido com algumas ajudas como ter uns AirPods, acho que a minha experiência com o meu primeiro MacBook tem sido, overall, bastante positiva e acima das expectativas. Acrescentando-se ainda durabilidade (software e hardware-wise) do dispositivo, acho que, para o publico certo, é o produto certo ao preço certo.


Pedro Lopes

Outubro 16, 2020

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